Governo democratiza distribuição da publicidade
Posted by Armando em 16/06/2009
O Governo Federal, através da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), decidiu nos últimos anos regionalizar sua publicidade, ampliando com isto o número de órgãos de comunicação do País que recebem verbas para tal fim. Segundo artigo do ministro-chefe da Secom, Franklin Martins, publicado no site da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), esta medida não agradou colunistas e políticos da oposição, que enxergaram nela “fantasmas” criados para elevar a já alta popularidade do presidente Lula.
De acordo com o artigo, as verbas destinadas à publicidade oficial permanecem com os mesmos valores praticados pelo governo anterior e o que mudou foi somente a forma de distribuição. Até 2003, segundo o ministro-chefe, a publicidade era concentrada em 499 veículos e 182 municípios. Em 2008, a Secom trabalhou com 5.297 órgãos de comunicação, atingindo 1.149 municípios, o que representou um aumento da ordem de 961%.
“Em vez de concentrar anúncios num punhado de jornais, rádios e televisões, a publicidade do governo federal alcança agora o maior número possível de veículos. Pelo mesmo custo, está falando melhor e mais diretamente com mais brasileiros. Acompanhando a diversificação que está ocorrendo nos meios de comunicação”, argumentou Franklin Martins.
O ministro-chefe comentou ainda que a regionalização levou em conta o aumento da audiência e circulação dos órgãos de comunicação. Em seu artigo, ele conta que enquanto no eixo Rio-São Paulo-Brasília, a circulação dos jornais está estagnada, em outras capitais o IVC (Instituto Verificador de Circulação) registrou um crescimento de 41%, atingindo no mês de abril uma tiragem de 1.630.883 exemplares. Isto também ocorreu com os jornais populares, conforme informou Franklin Martins, que tiveram alta de 121,4% na circulação.
A avaliação do ministro-chefe da Secom está correta e segue a tendência do mercado. As novas tecnologias, incluindo aí a internet, possibilitaram maior independência dos órgãos de comunicação do interior em relação aos grandes centros. Hoje, não é preciso aguardar o Jornal Nacional ou o Jornal da Band para saber as últimas notícias do dia. São inúmeras as fontes que veiculam informações quentes minuto a minuto na internet, possibilitando que pequenos jornais e outras mídias possam ocupar seu lugar no mercado e atender as demandas de seu público específico.
Fischer said
Gostaria muito, mestre Armando, de acreditar nas boas intenções de Franklin Martins e de Lula, se o Palácio não tivesse escolhido como interlocutor um tal Ricardo Barros, presidente da Frente Parlamentar de Apoio à Mídia Regional, ou qualquer coisa assim. Acreditaria muito nessa iniciativa se esses jornais regionais não fossem muito mais vulneráveis às coisas palacianas do que o “punhado” de veículos que até então, segundo o ministro, é que recebiam as verbas. Trabalhando em O Diário, de Maringá, pude constatar, in loco, como são tratadas as demandas jornalísticas dos políticos ora no poder, casos do ministro Paulo Bernardo e do deputado André Vargas, cujas assessorias pedem aos donos do jornal, diretamente, para serem veiculadas uma ou outra matéria do interesse deles. Vi isso de monte lá. Então, amigão, é assim que funciona: o Palácio “democratiza” a distribuição de verbas federais e quem está no poder se locupleta disso. Grande abraço e sucesso nessa nova empreitada.