O governo do Paraná conseguiu no dia 28 de abril a aprovação do projeto de resolução, votado no Senado, que isentou o Estado de pagar a multa R$ 1,1 bilhão, mais juros, imposta pela STN (Secretaria de do Tesouro Nacional), órgão do Banco Central, pelo não pagamento de títulos precatórios de Guarulhos, Osasco, Alagoas, Santa Catarina e Pernambuco. Essa dívida foi contraída pelo então governador Jaime Lerner, em 2000, em negociação feita com o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), para privatização do Banestado (Banco do Estado do Paraná).
“Fizeram um negócio pelo qual entregaram o Banco do Estado para o Itaú por R$ 1,6 bilhão, ficaram com uma dívida de R$ 4,2 bilhões, da qual nós já pagamos R$ 6 bilhões e ainda estamos devendo R$ 9 bilhões. Isso foi um crime que cometeram contra o Paraná”, destacou o atual governador do Paraná, Orlando Pessuti (PMDB), ao comemorar a aprovação do perdão da multa. Segundo ele, o valor que o Estado deve pela multa aplicada pela STN daria para construir 10 hospitais.
O Banestado foi entregue ao Itaú por apenas R$ 1,625 bilhão, valor que representa algo em torno de 15% do lucro líquido obtido em 2009, pelo hoje maior banco privado da América Latina. Na época em que antecedeu essa transação, os parlamentares do Paraná na Câmara e no Senado, entre eles os irmãos Dias e o ex-governador Roberto Requião, então senador, não fizeram nada para impedir a privatização. Depois que o Itaú se apoderou do banco paranaense, os três tentaram, em vão, anular o negócio, vendo o desastre que essa privatização representou para o Estado.
Enquanto isso, Jaime Lerner, o mentor da entrega do Banestado ao Itaú, posa como estrela no cenário internacional e foi apontado como sendo um dos 25 pensadores mais influentes do mundo pela revista TIME. Pode?