O sindicato das empresas de rádio, tevê, jornais e revistas do Paraná propôs aos representantes dos Sindicatos de Jornalistas do Norte do Paraná e do Sindjor, durante rodada de negociação, realizada na última segunda-feira (20/09), em Curitiba, um piso salarial diferenciado entre os jornalistas que trabalham na capital e no interior. Essa proposta prevê o congelamento dos salários da categoria e o pagamento para as novas contratações feitas no interior de um piso de R$ 1.200,00, contra os atuais R$ 2.049,11 válidos para todo o Estado.
Em função desse ataque a um dos principais direitos da categoria, os Sindicatos dos trabalhadores decidiram realizar campanhas para para garantir a manutenção do piso único em todo Estado. Em Londrina, a campanha “Não pise no meu piso” já está mobilizando os jornalistas através da internet, como forma de demonstrar aos patrões que a categoria não aceita a redução de direitos.
O sindicato patronal também quer congelar o anuênio, que hoje é a única forma de progressão salarial nas redações, e reduzir o adicional de horas extras dos atuais 100% para 50%, além de instituir bancos de horas nas empresas, nos quais a hora trabalhada será compensada por uma de folga e não por duas, como estabelece o percentual praticado agora.
“Essa proposta representa um duro golpe contra os jornalistas, que têm um histórico de mobilização e luta na conquista do piso salarial e outros direitos que valorizam nosso trabalho”, avalia Carina Paccola, vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná, ressaltando que só com mobilização vamos manter nosso piso unificado em todo o Estado.
Segundo ela, as empresas de TV tiveram crescimento de 33% no faturamento no primeiro semestre deste ano, o que não justifica a redução salarial pretendida. Na próxima segunda-feira (27/09), o Sindicato realizará Assembleia Geral da categoria para avaliar a proposta das empresas e definir estratégias para manter os atuais direitos.