O novo governador do Paraná, Carlos Alberto Richa, mas conhecido na política como Beto Richa (PSDB), assumiu o cargo decretando moratória de 90 dias e auditoria nas contas. Trazendo na bagagem um mandato e meio como prefeito de Curitiba, Beto não teve muito trabalho para formar seu secretariado, composto basicamente por ex-secretários da capital do Estado.
Entre eles estão sua esposa, Fernanda Richa (Família e Desenvolvimento Social), seu irmão, José Richa Filho (Infraestrutura e Logística), Ivan Bonilha (Procuradoria Geral), Luiz Eduardo Sebastiani (Administração e Previdência), Norberto Anacleto Ortigara (Agricultura e Abastecimento), Marcelo Cattani (Comunicação Social), Michele Caputo Neto (Saúde) e Deonilson Roldo (Chefia de Gabinete).
Para completar o quadro, Beto Richa chamou os deputados federais reeleitos em outubro passado, Cezar Silvestri (Desenvolvimento Urbano) e Luiz Carlos Hauly, além do ex-prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, sucessor e amigo do ex-governador Jaime Lerner.
Os demais integrantes do novo secretariado do Paraná devem ter sido escolhidos para representar determinadas regiões do Estado, selecionados de acordo com a experiência nas pastas às quais estarão à frente ou para compensar derrotas nas urnas em 2010, como é o caso do ex-prefeito de Maringá e ex-deputado federal, Ricardo Barros, que não conseguiu se eleger senador e agora ocupará a secretaria de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul.
Outro que não teve sucesso nas eleições de 2010, Antonio Carlos Salles Belinati, filho do prefeito cassado de Londrina, Antonio Casemiro Belinati, foi nomeado por Richa para a diretoria comercial da Sanepar. A presidência da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) ficou com o ex-secretário de Comunicação da Prefeitura de Curitiba, Fernando Eugênio Ghihnone.
Independente do critério da escolha, se política ou por competência, resta saber se o secretariado de Beto Richa vai trabalhar em prol de todo o Estado ou manter o apadrinhamento à região metropolitana de Curitiba. Esta há anos vem sendo agraciada com a maioria dos recursos do Governo do Paraná, em detrimento das demais cidades paranaenses e aos servidores públicos, que ficaram à míngua durante os oito anos de gestão deste mesmo grupo “coxa branca” no governdo de Jaime Lerner, PSDB & Cia.
Fica também a dúvida se Beto vai governar para o Estado ou para tentar elevar sua imagem a nível nacional, visando a candidatura à Presidência da República em 2014, abandonando no meio o cargo que acabou de assumir, como fez em sua segunda gestão como prefeito de Curitiba.