Proposta de apenas 4,29% de reajuste alimenta Greve dos bancários

A Fenaban apresentou na rodada de negociação realizada ontem (22/09), em São Paulo, com o Comando Nacional dos Bancários, uma proposta que prevê apenas um reajuste de 4,29%, índice que contempla somente a reposição da inflação dos últimos 12 meses. Em relação à PLR, a postura foi a mesma baseada no arrocho, manutenção da regra praticada no ano passado, ignorando a reivindicação da categoria, que é de pagamento de três salários, mais um adicional de R$ 4 mil a todos os bancários.

Essa proposta foi considerada pelo Comando Nacional como um desrespeito aos bancários, levando em conta que o setor financeiro é o que obteve maior lucratividade este ano na economia brasileira. “A média dos lucros dos bancos no primeiro semestre deste ano alcançou 32%, indicando que há uma margem considerável para atender nossas reivindicações, como outros setores já fizeram, concedendo aumento real de salário e outros benefícios aos trabalhadores”, argumenta Wanderley Crivellari, presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina.

Para ele, essa postura da Fenaban levará a categoria a seguir o indicativo do Comando Nacional, orienta a deflagração de Greve a partir do dia 29 de setembro para pressionar uma mudança nos rumos das negociações.

“Além das cláusulas econômicas, os bancos também rejeitaram melhorias nas condições de trabalho, estão emperrando a adoção de medidas para combater o assédio moral e as metas abusivas, e se recusam a discutir medidas para impedir demissões imotivadas. Não podemos concordar com uma postura dessa, que vem de um setor que tem a obrigação de reverter para a sociedade parte de seus ganhos, seja através de mais empregos, da redução das taxas de juros ou até mesmo da melhoria da remuneração daqueles que dão duro para cumprir metas absurdas”, avalia
Wanderley.

O Comando Nacional enviará documento esta semana à Fenaban, reafirmando as reivindicações contidas na Minuta 2010 e solicitando a apresentação de uma proposta até o dia 27 de setembro, a ser avaliada nas Assembleias do dia seguinte, como forma de evitar a deflagração da Greve a partir do dia 29.

“Acreditamos que outro banco é preciso e vamos investir na organização da categoria para pressionar os bancos a atenderem nossas reivindicações, como forma de valorizar nosso trabalho e melhorar a qualidade de vida de todos os bancários”, finaliza o presidente do Sindicato dos Bancários de Londrina.